Sou uma polaroid urbana.
Bebo madrugada para acordar poeta.
E das rimas faço-me até o caroço.
Despisto os rótulos para vestir liverdade.
Engulo frases de efeito para mascar sabedoria.
Decifro e devoro as inutilidades dessa vida.
Me faço de mocinha, bandida e cinderela.
Sonho com a casa no campo breijeira.
Planto livros e discos.
Classifica-me quem quer.
Sou favorita do acaso.
Descrente do destino.
E peça central da vida.
A velocidade da luz movimenta meus pesamentos.
Meu desejo engole vida pra amadurecer.
Sinto o passado mas não o quero ver de perto.
Suspiro presente mas sem açúcar.
Sou coadjuvante de cinema.
E camaleoa de mim mesma.
Sou polaroid urbana.
Despejo sensibilidade pra quem queira sentir.
E corto á polegadas quem queira me tolir.
Danço na ponta dos pé no cotidiano.
Dou gargalhadas dos rituais e regras.
Esbanjo contradições por puro prazer.
Simplesmente Sou.