quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Arde

Mudei os móveis de lugar. Modifiquei o que podia modificar. Mas ainda ardia. Mesmo que taxativamente tardia. Ardia e fim. Rasguei as folhas, fotos, rabisquei fatos. Chorei no ensaio dos nossos atos. Costurei teus botões. Tentei esconder-te minhas emoções. Mas ardia. De noite e de dia. Digo que não quero, que não posso, que não sinto. Mas arde e eu minto. Cortei o cabelo e passei a andar descalça. Não adianta me sinto sem apoio, sem alça. Ainda bebo das rimas, uso-as até a loucura. O sentido me cura. E tua falta me tortura. Porque não segura? Não me toma como tua?! Cadê os arroubos do teu desejo? É só vazio que vejo. Em mim arde sem parar. Que faço eu com esse maltratar? Bebo ar e engulo o chorar. Sorrio pra te enganar. Em silêncio seu pensamento me diz: vai passar! Mas arde. E dentro de mim faz alarde. Vc de qualquer jeito. É assim que te sinto em meu peito. E o que partiu penso não mais colar. E essa chama que não para de me sugar? Vou deixar me levar.

2 comentários:

Henrique disse...

Ainda bebo das rimas, uso-as até a loucura.

Rs

vc é verdadeira e autêntica nas palavras

Aline Vargas disse...

Magia com palavras.


Uma ótima quarta!!!
Bjos!