segunda-feira, 30 de junho de 2008

Menina

Riscando as folhas, inspiração perdeu-se.
Espero que volte.
A porta está entre aberta.
Ela sabe o caminho de volta, menina esperta.
Gosta de brincar.
Sabe que estou aqui a rabiscar.
Minhas folhas verde-uva
Alaranjadas nas gavetas.
Porcelana trabalhada nas maçanetas.
Livre acesso dela, menina inteligente.
Meio indulgente (é verdade)
Só me presenteia quando quer (bem á vontade)
Respiro melindrosa.
Não quero mostrar que estou receosa.
A porta ta se movimentando.
Somente o vento me enganando.
Espero que volte, minha menina.
Sabes o caminho, não demores.
Vivo de amores.
Guloseimas de dores.
Realidades (possíveis)
E frases cifradas. (impossíveis)
Preciso da profundidade do seu toque.
Antes que o silêncio me sufoque.
A porta ganha dimensão.
Ou são meus olhos ganhando amplidão?
Minha caneta tinteiro vai esmorecer.
Triste sem vc.
A lágrima preta vai pingar.
E o verde-uva vai borrar.
Posso somente desenhar.
Mas ainda assim não deixarei te esperar.

domingo, 29 de junho de 2008

Voz

Chega de gritar sem voz sair.
Não permito mais isso aqui no meu sentir.
Vou procurar alvejantes letais.
Palavras poéticas fatais.
Lavar e esfregar até esbranquiçar.
Só assim vou conseguir colorir como se deve.
Dispensando pincéis, vou passar o corpo.
Prefiro as marcas naturais.
Pêlos deslizando, meros mortais.
Arrepiados pra sujar de cores.
Se respirar fundo ainda podes sentir os odores.
Branco é a junção das cores.
Limpo, mas não significa vazio.
E quem não entende, eu rio.
Esqueci da falta de percepção de alguns.
Chega de gritar sem força na garganta.
Não permitirei essas manias, e olha, são tantas.
Vou procurar bebe-las.
Destilar sem deixa-las...Impossível não telas.
E quando terminar de pintar os borrões coloridos
Vou olhar e aí sim minha voz terá saído.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Escapulindo de mim.

To escapulindo de mim
Não consigo me alcançar!
Minha mão se estica e pelas pontas tento tocar.
Braços curtos?
Mãos faltantes de habilidade?
Basicamente correndo.
Não faço questão, e vc também não deveria, nem eu entendo.
Minha mão passeia sob o relevo.
E suavemente vejo.
Mas não consigo alcançar.
Droga, maldito modificar.
Me estilhaça só pra diversificar.
Me fazer perder o fôlego e em seguida respirar.
Escapulindo do comum, do normal, do plausível de nexo.
Absurdo como o côncavo e convexo.
Rimas eu gosto de brincar.
Marcar a pele pra fantasiar.
E eu to por aí pulando linhas, marcando passos nas calçadas.
Vendo o preto e o branco das minhas passadas.
Também sou malcriada.
Adoro ter o mal ( e o bem) nas unhas como navalhada.
E de linhas conectas eu escapulo.
Poesias de colheradas, meu caro, engulo.
Sorria, adoro sorrisos indecentes.
Não tenho uma, mas várias vertentes.
Escapulo, sim, escapo, porque adoro a falta que a falta faz.
Se vai se encantar? Tanto faz.
Escapulo mesmo, não ligo.
Só digo:
To escapulindo de mim.
Não sei é bom ou ruim.
Mas essa parte escapante ta afim.
No bafo do gelo eu vejo.
Sua dança, seu pensamento, um lampejo.
Estico o braço, mas não posso nunca alcançar.
Ela que sempre vem me agarrar.
E se não alcanço, só me resta escapulir.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Senta aqui e me faz rir.

Senta aqui e me faz rir.
Chega desse papo de “você que tem que vir”.
Senta aqui e me diverte.
As minhas palavras vc sempre inverte.
Sossega.
A sinceridade quase sempre é cega.
Senta aqui e me faz sorrir.
Sem limites, sem discutir.
Vou te amar.
De vc vou querer nunca me soltar.
Meu riso vai ser feliz.
E o amor ficará pra depois.
Sossega minha impaciência.
Simplesmente me faça rir.
Esboço da alma pra sentir.
Preciso do meu mais o teu.
Juntos.
Só pra existir.

domingo, 22 de junho de 2008

Brasas

São como brasas.
Nunca jamais retirar minhas asas.
Queimam ciclicamente.
Como se a velocidade estivesse em minha mente.
A fase de queimar arde sem eu controlar.
E o abrasamento é impossível nesse queimar.
Nunca Leve, nem devagar.
São como brasas.
Se te peço cuidado, não! Invadas.
Chegues sem ou com cuidado, com ou sem ternura.
Preciso mesmo com teu espanto, de certa candura.
Mas saiba dosar.
Detesto falta de arder nas faíscas.
Preciso do fogo pra manter a chama da continuidade.
Se não sabes manter, como me invades?
Não vejo as possibilidades!
São como brasas.
O que nos liga são brasas.
Sim... como sentimentos de asas.
Que podem gerir discursos ou momentos.
Mas sempre enfeitando com tormentos.
Brasas de resquícios.
E de amor procuro indícios.
Mas só se vê a brasa queimando.
E o fogo que consome e nos vem tomando.
Queimando sim, mas dilacerando.
Somos parte (mutuamente) estimulante ou causa iniciante?
São como brasas.
Vamos permitir que elas invadam.
Nos levem nas suas vermelhas e não brancas asas.
Joguem no alto, sacudam, molhem.
Remexam, mas nunca nos olhem.
Não iremos saber explicar como fomos parar ali!
Sem pedir, ou intervir..
Mas simplesmente sob as suas asas de brasas!!!

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Ligação

Ligo ou não para ela? - Pensei.
Nível de certezas presa na goela - Calculei.
Ridículo. - Me classifiquei.
Quem és tu? - vociferei!
Um apaixonado. - pensei, mas não gritei, nem aceitei.
Que adianta sofrer sem agir? – Relutei.
Vou ser usado se não medir! – Não jubilei.
Dane-se, estou enrascado, não posso mentir. – Enraiveci
Estou nas mãos dela é o meu fim. – Senti.
Não!Estou no comando ora bolas!E tudo tem seu preço. – Encorajei.
Sempre perco as palavras, não sei dizer. – Desencorajei.
Insegurança.Sou um pulha tenho de entender. – Novamente pensei.
Se não falo nada, corro o risco de perder. – Amedrontei.
Mas como fazê-la entender? – Imaginei.
Digo que não a quero perder? – Ridicularizei.
Vou parecer piegas, ela vai rir do meu atrever. – Novamente amedrontei.
Simples vou beija-la e ela vai entender. – Suspirei.
E se ela achar que é só um entreter? – Duvidei.
Risco da modernidade.Maldita mania de se meter. – Enraiveci.
Quem és tu afinal? Um homem ou um rato? – Sorri.
Diga tudo que sente, no ato. – Decidi.
Afinal não existem argumentos contra um forte ato. – Não esmoreci.
Se não der certo simlpesmente me mato. – Gargalhei
Não tenho que duvidar, e sim agir. – Cansei.
Chega de me iludir. – Ralhei.
Certeza que ela está a sentir. – Imaginei.
Os sinais não estão a mentir. – Respirei.
Agora vou ligar, pronto. – Disquei.
Coragem, não seja tonto. – Quase desmaiei.
Alô? – Aliviei.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Mudou o dia

Mudando o dia
Espeto de idéias tardias.
E o necessário termo “vazia”.
No fundo mudo o pensamento na velocidade da luz.
E os espetos vorazes da cruz.
E o necessário termo “germinar”.
Jogando no chão o importante pra brotar.
Mudando o dia.
Meu, seu, de qualquer um.
Sementes de nada, de nenhum.
Sem correr pra chegar.
O ponto final continua parado a me esperar.
Pra que sonhar?
Mudando o dia.
Mastigando as nuvens como se doce fosse o algodão.
Jogando no chão a luz pra derramar.
E com suas mãos me levantar.
E o esperado beijo vem resgatar.
O dia meu, seu, de qualquer um.
Nos olhos e no rosto á iluminar.
Invadindo pra ocupar.
Calar e porque não alucinar.
Com calor e a força só sua.
Dá vontade de correr pra não ser tua.
Mas fez noite, engoli mudou o dia.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Segundo de Momento

Dizendo absurdos num segundo de momento.
Só pra deixar vc assim embasbacado.
Valendo a pena o seu olhar calado.
Escandalosamente charmoso.
Será um beijo caloroso.
Gastando todos os ponteiros do seu lado.
Deixando vc com taquicardia, abafado.
É um segundo do momento.
Pequeno lamento.
Respire fundo e sorria.
Certeza que tua consciência roubei a revelia.
Nenhuma palavra de lamento.
A cena acontecendo eu que invento.
E os absurdos que estou dizendo.
Eu vejo pela pele escorrendo.
As pessoas nomeiam como suor.
Só as palavras interessantes sei de cor.
É um segundo de lamento.
Cabe tudo isso no meu momento.
Citando Neruda devagar.
Pra ver seu olhar se fechar.
Respire fundo e continue sorrindo.
Acho profundamente lindo.
Pensamentos comprimidos
Dentro da minha boca pra serem engolidos.
Meus cílios misturados aos teus.
O segundo dos ponteiros são meus.
Vc reluta, não quer adeus.
Mas é um segundo de momento.
Sem lamento.

sábado, 14 de junho de 2008

Rindo pra variar

Cortei fundo sem esperar por isso
E comigo nada de quebradiço.
Rindo pra variar
Não foi pra sangrar até matar.
Vou passar a mentirinha no pão
Comer até ficar saciada.
Rindo pra variar.
Pensei em atirar mas preferi te cortar.
Gostei de te ver sangrar.
Foi surpreendente.
Deu vontade de cravar meus dentes.
Não é pra assustar.
Rindo pra variar.
Agora está do meu jeito.
Mentirinha no pão até me lambuzar.
E vc ali, desmanchando de sangrar.
Acertei sem esperar.
Rindo pra variar.
E agora o corte não se fecha mais.
Não preciso ver teu jeito capaz.
Agora ta do meu jeito.
Rindo pra variar.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

MPB

Muita paixão bicho.
Mate pro bem.
Macaco, Pássaro, Boi.
Baiano parte bagaço.
Manipulado púrpuro brocado.
Manuseio, pano, botão.
Mulher pulsa bastante.
Muquirana, pobre, barganhado.
Multiplico, penso, bombardeio.
Mundano, pereba, boboca.
Mordente, pequeno beijo.
Modinha, pentassílabo bloco.
Mulato, pandeiro, balancê.
Molde, perceba, beatifique.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Reticente

Não, aqui não tem doçura
Agora, nesse exato momento ta em falta à candura.
To reticente.
Enxergando várias vertentes
Mas sem tirar o pé do chão para segui-las.
Dentro desse espaço corporal tem muitas substâncias.
Que se mostram em diversas instâncias
Mas ao meu bel prazer.
Não existe botão de início se é o que quer saber.
Estagnada e sem definições sobre a direção.
Não posso dizer nem se é ruim ou bom.
Simplesmente desprovida de doçura
Não faço questão da loucura
Mas é que ela também se faz presente.
Pílula de sentimentos pra quem sente.
Um passo uma perda de definições.
Outro passo, e cinco milhões de alucinações.
Na prateleira as obviedades.
Sem gosto, mas cheia de vontades.
Vou vesti-las ao meu bel prazer.
Do jeito que eu bem entender.
Sorria se puder ao me ver.
Mesmo eu estando sem doçura.
Porque eu to reticente.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Mero movimento

To desmanchando em água
Juro que tento encontrar solidez por aqui
Deve em algum lugar existir.
Busco algo sereno pra me apoiar, me segurar
Olho ao redor, venta muito
Minha segurança cadê?
Se eu fechar os olhos será que dá pra parar?
Ta tudo fora do lugar, ta errado demais.
E onde foi parar meu cais?
É um teste essa vida real?
Odeio, quero sair.
Não é fugir.
Me resgata por favor..
Não é dor.
Escorre pelo chão meus pedaços
Sim, eu mesma me desfaço.
Já se romperam os laços.
Não quero... mas acontece desse jeito.
Não posso juntar o que remanesce
Sim, é assim mesmo que acontece.
Ta cinza, cuspiu as cores.
E não falo de amores.
Meus dedos não têm forças pra agarrar.
Não nesse agora, e sorrisos não ajudam.
Nem palavras, talvez abraços, nem sei dizer.
Muito menos como ou o que irá acontecer.
Até minha fala se paralisou.
Essa força desmontante me joga, me eleva.
Quando vejo estou no chão.
E sem querer sem ação.
E nem o brilho do sol consegue me resgatar.
E eu nem posso reclamar.
E o cotidiano já não se mostra interessante
O ponteiro se move como sempre.
E o sentido foi embora á muito tempo.
Nada a ver com o vento.
Sobrou minha razão (eu acho)
Rabisco lógica, fica deslocado, então paro.
E novamente estou no ápice do movimento.
Me pergunto mil vezes se agüento.
Do ar ao chão, sem muito raciocinar, nem despertar.
Preciso fechar os olhos pra não amedrontar.
Confesso muitos sentimentos em poucos minutos.
Mas continuo a me desmanchar.
Segura minha mão com força, por favor.
Vem me resgatar disso tudo.
Posso me acostumar e nunca mais conseguir ser inteira.

sábado, 7 de junho de 2008

vai se ferrar

Vai se ferrar
Nada precisa me olhar.
Eu que olho fixamente até cair.
Até roubar o fôlego.
Não é questão de sentir (não mesmo)
É roubar
Fazer tudo sucumbir.
Destruir.
Vai se ferrar.
É assim que quero que faça girar.
Assim do meu modo desconexo
Detesto que tudo faça nexo.
Não é questão de entender (não mesmo)
É só não querer perceber.
Se afasta, melhor fugir.
To querendo rugir.
Destruir.
Vai se ferrar.
Retira tuas regrinhas daqui.
Inútil forma de querer me desvendar.
Gosto de afogar essa suposta idéia.
Não precisa olhar.
Eu que olho fixamente até cair.
Até tudo sucumbir.
Destruir.
Vai se ferrar.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

E cadê o nosso bem?

Será que realmente está tudo bem?
Que ainda desejo ser seu único bem?
E quanto mais espremo meus olhos pra ver o inexplicável.
Tudo dentro de mim fica mutável.
Até o que eu julgo ser certo fica como areia movediça.
O incerto faz parte das apostas eu sei.
Ainda acho que o certo fui eu que inventei.
Pelo menos o certo que vejo sobre você.
Mas o teu errado é cruel
Sempre corta minha confiança, despejando muito fel.
O coração bate forte mas na boca os dentes estão trincados.
É que você deixa os meus pensamentos meio abandonados.
O receio cerra meus pulsos.
Tem palavras que por si só não bastam.
Ficam avulsas, soam falsas, desgastam.
O que espero inutilmente de você
Terrivelmente você nem vê.
É simples por isso se torna complexo.
Será que só isso basta pra dizer: tudo bem?
E só vejo essas sílabas trocadas num vai e vêm.
E cadê o nosso bem?
Será que um dia vêm?

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Dados

To adorando ver teu interesse.
Causar surpresa, suspense.
Fazer com que vc gaste tempo
E os dados se lançaram.
Esses poucos momentos
Cheios de adrenalina, alimentos.
Dados de suspense, surpreendente.
Joguinho bobo que move a gente.
To adorando ver teu interesse.
Causando sorrisos
És o motivo.
E os dados já foram
Tomaram fôlego e vão se virar contra nós.
Nó amarrar com muitos nós.
Cheios de adrenalina.
E até nos dias de neblina.
Vou dizer: És o motivo.
Já não será surpresa, nem terá suspense.
Só vai ter um.
E não mais a gente.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Declaração

Não chegue sem cuidado, venha cheio de carinho.
Mas sem pieguices, odeio essas modices.
Venha de coração aberto.
Chegue dentro, mais que perto.
Sou resistente, mas não indiferente.
Surpreenda com teu caráter, os atos sãos modificáveis.
Torça meu coração
A ponto d'eu achar que é pura paixão.
Remova meu chão
Me sacuda forte com toda tua elucidação.
Quero ver um dedicar inexistente nos olhos diários!
Saia do irreal, e seja de carne e osso.
Durma do meu lado, apertando firme minhas mãos.
Aposte no simplesmente comum, no inacreditável .
Me mostre que nem tudo é improvável.
Seja incisivo no que precisa e flexível no que o amor pedir.
Eu preciso de você pra não me desfazer.
Venha desmentir minhas teorias de amor
Desdobre minhas forças sem pudor.
Não aponte o caminho.Me carregue junto como se nunca separada de ti fosse!