sexta-feira, 6 de junho de 2008

E cadê o nosso bem?

Será que realmente está tudo bem?
Que ainda desejo ser seu único bem?
E quanto mais espremo meus olhos pra ver o inexplicável.
Tudo dentro de mim fica mutável.
Até o que eu julgo ser certo fica como areia movediça.
O incerto faz parte das apostas eu sei.
Ainda acho que o certo fui eu que inventei.
Pelo menos o certo que vejo sobre você.
Mas o teu errado é cruel
Sempre corta minha confiança, despejando muito fel.
O coração bate forte mas na boca os dentes estão trincados.
É que você deixa os meus pensamentos meio abandonados.
O receio cerra meus pulsos.
Tem palavras que por si só não bastam.
Ficam avulsas, soam falsas, desgastam.
O que espero inutilmente de você
Terrivelmente você nem vê.
É simples por isso se torna complexo.
Será que só isso basta pra dizer: tudo bem?
E só vejo essas sílabas trocadas num vai e vêm.
E cadê o nosso bem?
Será que um dia vêm?

2 comentários:

Henrique disse...

Por um instante pensei que vc engendraria um poema fantástico, liberto, liberto no caos, mas vc voltou pra mágoa, pro medo, pro receio, pra vingança. O outro é tão outro como você, você só acha que é capaz de pensar mais que ele, isso te faz tão cruel e tão pequena. Quero ver revolução em você! Dê um pulo, um giro! Encontre outros sentidos... Esse poema me deixou muito triste apesar da maestria com as palavras. Beijos e não escreva mais querendo se retratar, querendo ser entendida, querendo se vingar com as palavras em sua poesia. Tem algo melhor além da terapia da poesia, é como encontrar algo melhor num beijo sem contato.

Naná disse...

Que o nosso bem venha qdo estejamos tão bem que sejamos capazes de sentir o quão bem nos faz!

Bom domingo, bjinho!