
Vesti minhas botas marrons.
E abaixada lembrei de vc e de nossos momentos bons.
Teu chapéu de caubói ainda está guardado.
Sinto muito por nosso sentimento ter mudado.
Abotôo minha blusa e lembro das tuas mãos.
Fortes e precisas deslizando sobre minha emoção.
Respiro fundo é preciso continuar.
Mesmo que meu coração saiba que não vais voltar.
Um gole, um comprimido, uma canção.
Nada vai matar essa sensação.
Os estilhaços da janela ainda estão no solado das botas.
Não consigo te apagar e nem sequer notas.
Tudo parece intocado.
Assim como meu pobre sentimento machucado.
Saio por aí comendo poeira.
O sol forte queima minha moleira.
Esqueço que não sou um bebê, mas necessito tua proteção.
Como pode virar as costas e dizer não?
Aonde foi parar tua sensibilidade?
Caiu nos decotes ou nas doses de álcool sem utilidade?
Minhas perguntas nunca obteram tuas respostas.
Das palavras sei que nem gostas.
Vesti a cor do cansaço.
Pra ver se de vc um dia me desfaço.
Lembranças são eternas.
Mas posso amarrá-las nas pernas.
Como os cordões das minhas botas marrons.
Que de tanto andar um dia perderá os tons.
Como vc que não restará nem os sons.