domingo, 21 de dezembro de 2008

Esvaziar

Não pertenço aqui ou acolá.
Desprendo-me de todo bem ou mal estar.
Esvazio-me sem querer.
Descasco de todo ter.
Não me arrisco nesse tal presente.
O sinto carente.
Incançável futuro, esse suposto á nascer.
Quiçá me alcançar, por suposição fortalecer.
Não finjo vínculos para sentir-me viva.
Esvazio-me a ponto de me sentir á deriva.
O não pertencer virá carrasco e não libertador.
Infeliz esse sentir, eu sei.
Mas de fato mudei.
Não leia as palavras com poesia no olhar.
Se desprenda desse julgar.
Simplesmente me leia pra gostar.
Ou não!
Mas leia com emoção.
Pra infimamente tentar me sentir um pouquinho.
Escutar meu sussurro, meu burburinho.
Não me pertença.
Não se afeiçoe, paixão é doença.
Ou não controle nada e venha se apaixonar!
Talvez assim eu deixe de me esvaziar.
Quem sabe tua presença seja complexa e forte.
A ponto de me tomar espaços com grande e imponente porte.
Irá assim me prender?
Talvez por momentos, mas sem que eu possa perceber.
Não o sendo, descarto.
Infelizmente mil vezes o parto.
Presente, futuro, e também vc.
Mesmo que esse ato também venha me doer.

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