Vai minha paixão.
Não deixa a brasa dessa chama se apagar.
Sopra poeira nesse precipício.
Prende meu sorriso eternamente.
Arranca as presilhas do bom senso.
Vai minha paixão.
Brota palavras em frases de coração.
Desalinha os pontos do meu sentido.
Derrama loucura nos meus poros.
Vai minha paixão.
Revira-me pelas vontades cruciais.
Beija-me partículas na monotonia diária.
Arrepia jogando ao alto as folhas secas do medo.
Vai minha paixão.
Me transforma, me injeta.
Veste-me as sandálias desse fogo que me deixa queimada.
Vai minha paixão.
Não se importe com julgamentos diversos.
Enrijeça meus músculos sem tormentos.
Preencha-me com toda sua complexidade.
Vai minha paixão.
Dispa-me apontando tuas incomparáveis asas.
Me faça flutuar na tua inebriante doçura.
Perfuma-me com tuas fragâncias alucinantes.
Vai minha paixão.
Enjaula minha força meio bruta.
Expõe as garras do meu melhor enternecer.
Vai, derradeira no caminhar evolutivo.
Minha paixão sem crivo.
Simplesmente vai minha paixão.