quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Acordes

Seus acordes me fazem sorrir.
Encanta-me certinho.
Toque(me) venho pedir.
É delírio esse carinho.
Cada dedo no violão.
Hum, arrepio esse maior-menor.
A minha cintura sem dó.
E tua voz complementa essa paixão.
Alise a curvatura do instrumento.
Não me apaixonar, juro que tento.
Feche os olhos no acorde sentimental.
Versos de amor, aquecendo o fatal.
Seus acordes fazem-me sorrir.
E a cada nota venho sentir.
Encanta-me sem perceber.
Só assim posso ilusoriamente te ter.
Toque.
Minh´alma.
Meu coração com calma.
Assopre meu dessassosego.
Distraia meu medo.
Teus acordes, meus sutis.
Particulares sentidos servis.
Vivo deles,cantantes intrínsecos.
Seus acordes.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Peça pra ficar.

Peça pra ficar.
Ficar e sem fim me amar.
Ficar com meus defeitos.
Risos sem jeito.
Fale vagarosamente.
Suspire e sorria indecente.
Peça pra ficar.
Suplique com o olhar.
Venha derramar.
Afagos e beijinhos.
Seja meu pão, queijo, e vinho.
Arranque meus espinhos.
Me dobre com carinho.
Peça pra ficar.
Me ame devagar.
Admire o meu sublimar.
Com seu desejo me faça calar.
Entendo o seu partir.
Mas não me peça pra não sentir.
Volte, peça pra ficar.
Vou sorrir pra atenuar.
Te amar, te amar.
Peça pra ficar.
Com vontade e sentimento de estar.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Calado

Calado vc se aproxima.
Derruba minha força e rima.
Entrelaça os dedos nos fios do meu cabelo castanho.
E até o leve repuxar eu não estranho.
Ensaiamos sorrisos cúmplices de desejo.
Fecho os olhos e nem vejo.
Sinto seu rosto deslizar.
A barba mal feita á minha pele tripudiar.
Seu prazer.
Meu gemer.
Toma minha boca de forma sutil.
Mas tua língua não é nada gentil.
E cruzamos a respiração. Acelerando as batidas do coração. Sem descuido abre os botões da minha blusa.
Trato de abrir o zíper da calça que no momento usa.
Segundos, minutos, roupas entregues.
No meu corpo o sussurro: me pegue.
Sem pedido invade-mes delicadamente.
A cada possuir o testemunho dos inanimados.
A contaminação dos nossos corpos embriagados.
A tua paciente e generosa espera.
O auge dos dois por tabela.
E do jeito que chegaste se afasta.
Terminantemente o silêncio nos basta.
Aonde todo um resto importa.
Qualquer letra corta.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Cinco segundos

Cinco segundos de prazer pela voz.
Degustação de meu egoísmo.
Quero que esse timbre invada-me sem limites.
Acaricie o sensível.
Adormeça o rude.
Sacuda o quente.
A sílaba tensa que me encanta.
Fecho os olhos para perpetuar o sentir.
O teu sonoro viajando por mim.
Arrepiando meus pêlos e timidez.
E o calor do teu bafo vocálico vira secundário.
Preciso mesmo é do timbre.
O percurso tenso que sai das tuas cordas.
Essas me amarram, me seguram sem pressa.
Sem revolta só entrego.
Entrego o melhor e o pior.
As sensações e medos.
Cinco segundos de vc.
Se vc soubesse o poder da tua garganta esnobaria-me.
Dou importância ao teu desimportante.
Deleito-me com esse pequeno ato diário.
Abro-me como flor diante desse ínfimo.
Ah, se vc soubesse.
Que cinco minutos teriam o valor de muito amor.
Que o desejo se entregaria e ganharia fôlego com tão pouco.
Vc perderia-me simplesmente.
Iria valorizar o que só tem valor pra mim.
Perderia-me sem retorno.
E lá se iam meus cinco segundos.
Aqueles que eu deliciosamente escuto.
Desmaiaria a cada falar teu.
Procuraria meu prazer no breu.
Desidrataria diante do vazio.
Nunca mais meus cinco segundos.
Prazer inóspito.
Degustação voraz e precisa.
Perdida.
Ida sem partida.
Cinco segundos de prazer pela tua voz.

Acho ás vezes que não irá acontecer

Acho ás vezes que não irá acontecer.
Que tudo que quero irá fenecer.
Ah e como isso vem doer.
Sofro por momentos.
Com toda a intensidade dos mil tormentos.
Meu achismo sente com a força de um furacão..
Represento a força do sentimento com vontade.
Mas a realidade me foge, escapole.
Como o vento que na tempestade engole.
E paro...paro para respirar, pensar, acreditar.
E a lágrima insiste em me arrancar.
Me desgasta....espanca sem pensar.
Sofre como sempre, diz ela.
Como se fosse possível dar uma pequena escapadela.
Acho que ás vezes irá acontecer.
Que vou poder seguir sem lembrar, ou ver.
Bobagens cifradas.
Minhas cicatrizes,cortes, navalhadas.
Ínfimas perante a sociedade.
Agigantadas pelo pulsante (com crueldade.)
Tá ali....enraizado, crustado.
Sem explicação, definições, defenestrado.
Acho ás vezes que posso esquecer.
(Sobre)Viver para esquecer.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Assim

Eu fiz assim...
E com um sorriso tímido vi que nem foi ruim.
Me senti catando conchinhas na beira d´água.
Com a sutileza da onda que embalava.
É eu me vi assim...
Desprovida das cascas só com os pés.
E mesmo correndo o risco do revés.
Sem medo, só de asas batendo.
Esquecendo das feridas que sempre ficavam doendo.
Por momentos assim...
E despida vi que podia sim.
Ver que tudo é meio cíclico,meio absurdamente tradicional.
E eu que sempre sou ardentemente passional
Fiz assim...
Realizei pequenas sem fim.
Degustei as partículas do que eu chamo de prazer.
É...eu pude me ver.
Assim...

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Ache que sou sua.

Ache que sou sua.
Me tome até na rua.
Mostre charmosamente seu porte.
Me pegue forte.
Acredite na história.
Guarde momentos na memória.
Diga cafonices.
Faça tolices.
Desmanche-me.
Encaixe-me.
Ache que sou seu enfeite.
Desbrave-me com deleite.
Beba gota a gota desesperadamente.
Deixe eu lamber sua mente.
Ria das sandices.
Esqueça minhas criancices.
Ache que sou sua.
Me queira sempre nua.
Duvide do lá fora.
Respire só o agora.
Sou sua,não ache.
Tenha certeza, me taxe.