Não adianta cortares o que já dói.
A ferida já acostumou a sangrar.
Não adianta colocares mais sal e apertar.
A liberdade não vai gritar.
Morram telefones,calçadas e necessidades.
Tô de braços abertos para o vazio.
Não adianta tentar cobrir com cores.
Elas escorrem depressa com o pulsar das dores.
Pior é o sentires latejante.
Esse ser nada insignificante.
Não adianta o expulsar.
Tá pregado na pele e pra ficar.
Não quero rir nem chorar.
A ferida já se acostumou com o meu inventar.
Então estou aqui, sentada.
Não insista, não adianta nada.