Mudei os móveis de lugar.
Modifiquei o que podia modificar.
Mas ainda ardia.
Mesmo que taxativamente tardia.
Ardia e fim.
Rasguei as folhas, fotos, rabisquei fatos.
Chorei no ensaio dos nossos atos.
Costurei teus botões.
Tentei esconder-te minhas emoções.
Mas ardia.
De noite e de dia.
Digo que não quero, que não posso, que não sinto.
Mas arde e eu minto.
Cortei o cabelo e passei a andar descalça.
Não adianta me sinto sem apoio, sem alça.
Ainda bebo das rimas, uso-as até a loucura.
O sentido me cura.
E tua falta me tortura.
Porque não segura?
Não me toma como tua?!
Cadê os arroubos do teu desejo?
É só vazio que vejo.
Em mim arde sem parar.
Que faço eu com esse maltratar?
Bebo ar e engulo o chorar.
Sorrio pra te enganar.
Em silêncio seu pensamento me diz: vai passar!
Mas arde.
E dentro de mim faz alarde.
Vc de qualquer jeito.
É assim que te sinto em meu peito.
E o que partiu penso não mais colar.
E essa chama que não para de me sugar?
Vou deixar me levar.
2 comentários:
Ainda bebo das rimas, uso-as até a loucura.
Rs
vc é verdadeira e autêntica nas palavras
Magia com palavras.
Uma ótima quarta!!!
Bjos!
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