quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Olha amor

Olha amor,
Não venha rimar minha paz com tua dor.
Nem juntar teu desejo com meu ardor.
A melodia aqui é diferente amor.
Não queira colar encantos no meu calor.
Muito menos soprar paixão no meu interior.
Escuta bem amor.
Até invadiria-me o teu jeito enlouquecedor.
Mas aposentei esse lance, só cabe as palavras o sentimentalizador.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Chegada

Por um momento em carne-viva.
As células gritando.
Pedindo som, cantando.
Só chegue se for pra me beijar.
Roubar meu fôlego, um breve matar.
Silêncio nas amídalas.
As intenções cansadas, caídas.
A favor total do involuntário.
Desejo sem qualquer itinerário.
Só chegue se for para levar as últimas consequências.
Venha com suas pausas e intermitências.
Ainda permito seu tempo, suas carências.
Por um momento sem presilhas.
Abrindo zíperes, fechecler e botões.
Quero vc liberto, sem intenções.
Premeditadas só nossas risadas.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Cruzar de pernas

Quero curar e ser curada.
A ferida que teima em não ser fechada.
Quero ter a suavidade do teu respirar.
Aquele jeitinho de se acalmar.
Quero o fogo e a chama intermitente.
Sem as possíveis definições de gente.
Quero tua alma possível.
Afagos, confissões e entregas, tudo isso (de forma) indestrutível.
Quero seu olhar caído sobre mim.
Meus sentimentos misturados ao teus sem nenhum fim.
Quero ter seu cheiro impregnado.
E que de mim vc fique inebriado.
Quero imaginar e vc adivinhar sensações.
Como se sempre soubesse as minhas emoções.
Quero o encaixe com jeito.
O cruzar de pernas perfeito.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Novembro em pedaços

Não quero ser profunda.
Sou intensa não confunda.
Tô abstrata, maluca, distante.
Sorrindo sem sentir, tomando calmante.
Sem identificar os malefícios do espinho.
Procurando onde está o burburinho.
Papel e caneta na mão.
E o resto? só chão.
Novembro em pedaços.
Espasmos e abraços.
Cenas, cervejas e temas.
Negritos, películas e meus poemas.
Seja o meu melhor tom.
O sossego do bom.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Oxigênio diário.

Não preciso fugir do passível de fazer sentido.
Sai normalmente...como ruído.
Cortar pra sentir não está valendo.
E nem eu sei o que está me prendendo.
E libertar pra quê?
Reconhecer verdades é adquirir saber?
Esfrego os olhos, mas não posso ver.
Perguntas e perguntas como espinhos.
Tudo em enorme desalinho.
Não preciso fugir, a vontade já foi amarrada.
E até nos sentidos alterada.
Pedindo um sopro inesperado.
Um jeito único de ser roubada me pegando pela mão.
Afobações, antíteses e nenhuma marcação.
Normal como oxigênio diário.