quinta-feira, 23 de julho de 2009

Me derramar

Não senti por isso sequer ousei desperdiçar.
Eu só queria me derramar.
Aproveitar aquele arrepio, me perder.
Te pedir pra me entreter.
Te fazer sussurar sem querer!
Não pedirei para parar.
Você sim pede para eu ir devagar.
Calma nada, que se dane o teu respirar!
Poxa, eu só quero me derramar.
Sem palavras mal ditas.
Definições e frases escritas.
Feche os olhos e sinta a minha mão.
Suave mas enfática como um furacão.
Não interprete, eu só quero me derramar.
Rir do seu precipitado cansar.
Ta certo eu vou parar, ao menos tentar.
Mentira, eu irei fracassar.
Num dá!!
Quando vc relaxar vou estar a te roubar.
Tomando teu fôlego ao te beijar.
Te apertando até vc fraquejar.
Mas é só porque quero me derramar.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Colada

Colada a minha boca o fôlego desenfreado.
Calma você sopra desesperado.
Colada em minha vida o querer.
Quero mais tempo e assim o perder.
Colada a minha solidão um desassossego.
De mãos dadas meu desejo e o medo.
Colado ao teu ouvido o meu suspirar.
Mesmo querendo vc pede para (não) parar.
Colado a vontade os corações dispostos.
E do seu mastigar eu gosto.
Colado aos meus olhos a derramada madrugada.
E morrem os barulhos, vê-se a cena congelada.
Colada a minha alma os sentimentos em vastidão.
O grito sussurado, o sim e o não.
Colada, a minha pele.
Prefiro junto, não fere.
Colada a minha mente, o ínicio e o fim.
Sim, é assim.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Amor modificado

Roupa lavada.
Cara amarrada.
Cheiro da tua risada.
Cabelho molhado.
Coração amargurado.
Suspiro seu abafado.
Perfume no corpo.
Passado semi-morto.
Teu pulover roto.
Papéis ao vento.
Despedida, não sustento.
Pedaços e partidas,lento.
Versos mudos.
Racionalidade?surdos.
Cate o significado.
Plante ou enterre.
Amor modificado.
Pro teu eu berre.
Comigo, paz.
Melhor que se faz.

sábado, 4 de julho de 2009

No silêncio ou no som.

Não sei se é no silêncio ou no som.
Me perco sem solução.
Naquele disparar do momento.
Divagar desordenando o sentimento.
Chego a duvidar que faço parte de fatos, histórias e realidades.
Deixa pra lá todo mundo acham futilidades.
Escrevo, ora para libertar.
E as minhas palavras poderem respirar.
Não sei se voam, correm ou gargalham.
Ainda estou aqui, espero que valham.
Meu piscar de olhos, meu estalar de dedos e a secura dos meus lábios.
Mas principalmente o batucar do meu coração,o semi sorriso e os sentimentos vários.
Não sei quando despejo o final.
Mas posso identificar o crucial.
Está presente no silêncio e no som, no meu e no teu.
No correr e no entregar-se.
Seu, mas fundamentalmente no meu.
Escrevo pra rir do meu titubear.
Inseguro como criança cometendo travessuras.
E tão medroso como as noites escuras.
Mas de rompantes alucinantes.
Que divertem e encantam a gente.
Não sei quando não poetizar.
Me rendo sem voltas,chego a me lambuzar.
Mas sofro as suas mazelas sem reclamar.
Chega de enrolar!
Gritam as bocas.
Sofro eu, choram as palavras.
Minhas doces, pequenas artistas loucas.
Não sei se é no silêncio, muito menos no som.
Mas se me perco, esse é o meu tom.
Aceito e até agradeço.
Cada um tem seu dom.