quarta-feira, 22 de abril de 2009

Lição

E a fúria que sinto vem de ti.
Não me deixas partir!
Sempre caio na sua doçura interesseira.
Fico zonza, perco as estribeiras.
Não sou criança pra comer o doce aos poucos.
Que loucos.
Nós.
Que nos atamos sem pensar no pós.
E a minha fúria bate as portas do meu coração.
Odeio-te por mexer com minha emoção.
Quero amadurecer um conviver com sua presença.
Mas e essa atração quase doença?
Não me deixas tranquilizar.
Gosta de provocar.
Ver a minha respiração desestabilizar.
E a minha fúria cospe o teu sorriso.
Nunca podes dar o que preciso!
Preciso aprender essa dura lição.
Vc não sabe cuidar do meu coração.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Tranquilidade

E repousa em mim tranquilidade.
Aquela que é linda de doer, essa sim é a grande verdade.
O sorriso me repuxa os lábios, é a tranquilidade.
Não tenho metade do que desejo, mas ela de fato me invade.
Estou deixando as lágrimas correrem pro chão.
Sãos os fatos acontecendo, é emoção.
Acomete-me uma individualidade.
Que acaricia e beija com vontade.
A minha vida é um grande pacote de surpresas.
Como um olhar assustado sobre branco papéis na mesa.
Tanto á fazer, a contruir, e mesmo assim:
Tranquilidade vem me roubar.
Amarra minha ansiedade e eu estou a gostar!!
Sou toda afeto, sou toda manha pra ela.
Estou me revirando feito gata bela.
A falta de muitos e muitas ainda estão no meu encalço.
Mas se não vivo, me desfaço.
Ah tranquilidade..... me devore todos os minutos incansavelmente.
Sossegue meu coração, acrescente sopros em minha mente.
Enriqueça o espírito, arranque os espinhos.
Acorrente os desalinhos.
Afogue meus arroubos de paixão.
Mas conserve todo o meu tesão.
Sinto-a dentro de mim a cada badalada de vida.
A tranquilidade da menina partida.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Clap

Clap e as palmas se espalmaram, se encontraram.
Piscar de olhos e sorrisos.
Não vá chorar.
Resista até a lágrima rolar.
Ela tem vida própria quando sai.
Desce pela face, escorrega pelo pescoço e se desfaz.
Sua mão a desmancha, segundos fatais.
Clap e os cílios se beijam.
Num pequeno e desprezado segundo, para que ninguém os vejam.
Encante-se, mas não vá pegar a lágrima pela mão.
Ela também tem a fúria no coração.
Seu sal faz parte das feridas.
Aquelas que vc julga esquecidas.
Clap e soam as notas musicais.
Não pense em nada mais.
Somente siga onde seus pés te levarem, sem calcular.
Esqueça os ideais de felicidade e solidão á pulsar.
Jogue o calendário no vento da desimportância.
Se entregue só as letras, a tua loucura poética.
A paixão da fonética.
A bestialidade, a incoerência, a grande pulgência.
Aquilo que pra vc tem enorme urgência.
O seu desejo único e ardente.
Clap.Sente.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Trinta.

É isso que se sente aos trinta?
Uma certeza de exatidão.
Uma leve despreocupação.
Uma consciência sorridente.
O deliciar-se em conhecer gente.
Gente no gênero humanos.
A despreocupação ou não com certos panos.
Ah....confusos trinta.
Ao olhares no espelho não mintas.
Ah meu suspiro maduro.
Acolhe meu sonho mais puro.
Pronto a caírem como frutas ao ponto.
E ri comigo das palavras que formam docemente até um conto.
É minha infantil mocidade que despontou nas piscadelas.
Resquício da vivacidade dos vinte, ou parte dela.
É isso que se sente então?
Menos dúvidas, espaços e vãos?
Ou é o pólen espalhado pela paixão??
Ah...querido ou terrível trinta.
Tu estás sendo a minha aquarela, o pincel, a tinta!
O branco está aqui a me encarar diariamente.
Puxando meu cabelo, gritando insistentemente.
Então engulo calmaria e ansiedade de uma só vez.
Como equilíbro? não sei.
Sinto vorazmente, esses trinta que escorregam no meu céu.
Azul sob olhos tristes, ou vermelho sobre a boca de mel.
Sinto teu peso, desassossego traça-me a mão.
Mas lambo sua leveza com tesão.
Então é isso trinta dulcíssimo.
Talvez seja a única missiva que remeto-te queridíssimo.
Nem sempre o vejo com tamanha abstração sentimental.
Ou total entrega, esse meu jeito passional.
Sinto-te e isso supunha bastar.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Epifania

Espero o toque que não vêm.
Sorrio ou choro esse desdém?
A lua ta lá, abrilhantando meus desejos.
O possível entregar dos meus beijos.
Espero que a noite não venha derramar seu breu.
Ainda me desfaço nesse momento só meu.
Nem tentar, nem olhar, nem tocar, muito menos capturar.
Se não for vc, nem vale me roubar.
Quem irá se machucar é vc.
Vou usar, abusar e no fim não te querer.
Sou assim, absorvo os detalhes apaixonantes.
Esbaldo-me nas provocações dos amantes.
Espero a presença densa do que vem para ficar.
Mostro os dentes, mas estou á desaguar.
São folhas que caem da árvores avistadas.
Secas e sem cor pelo tempo, mudadas.
Tudo gira ainda, e agonia não parte.
Ás vezes peço que queime logo e mate.
Consuma o que tanto me arde.
Posso assim ascender novas chamas, quem sabe.
Então espero o toque.
A epifania, não o provoque.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Ciranda

Chorei em cada adeus.
Pedi vc encarecidamente á Deus.
Quis gravar na pele teu cheiro inebriador.
Guardar em minha boca seu beijo de calor.
Rolou a lágrima e a minha mão.
Tentava eu segurar á emoção.
Colar os cacos desse sentimental e destroçado coração.
Impossível agarrar o que descompassou.
Vc de fato me deixou.
Chorei repetidamente em cada fechar dos olhos teu.
Não há como separar sua parte do meu.
Guardei seus sorrisos, discos e vícios.
Tentativa inútil de manter em mim teus resquícios.
Desmanchou o enlaçado.
De fato tudo havia mudado.
Saiam daqui palavras de consolo.
Povo tolo!
Não me desprendo, nem me desprenderei.
Até o último suspiro sofrerei.
Comerei a dor até as entranhas.
Já me rendi as suas artimanhas.
Depois chorarei até a última gota evaporar.
Sentarei a observar e irei recomeçar.
Até de ti me afastar.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Perdendo.

Perdendo vc.
As lembranças que venham me ater.
Frenesi de cinderela contemporânea.
Doçura momentânea.
Perdendo sutilidades.
Adquirindo mais realidades.
Contos e fadas não me alcançam.
Espinhos e cortes me lançam.
De florido nem o vestido.
Tá roto, poído.
E vc de fato se perdeu.
Do meu amor tenso se esqueceu.
Não soube tocar, não floresceu.
Mas o que importa?
Ainda estou diante da tal porta.
Tenhos os versos.
E deles não me despeço.
Me dobro ao seu tesão.
Me cobrem de paixão.
Sorrio de satisfaçao, saciedade.
E deles bebo até o fio da maldade.
Perdendo vc.
Apago o que que ferve.
Posso me ver.
E a brasa está enterrada.
Junto com o conto e a fada.
Tenho o papel e o naquim.
Me satisfaz escrever fim.