Felizes aqueles que prescindem do senso reflexivo ínsito ao isolamento habitual.
Felizes aqueles que ignoram sua mediocridade, pois esta se efetiva de tal forma que os impedem de conhecê-la.
Felizes aqueles que não precisam pensar no amanhã, por não poderem ir além do hoje.
Felizes aqueles cujo pensamento não pode ir além de si mesmo (ainda que limitado por sua mediocridade), pois não atingirão à frustração atinente à conclusão pela inviabilidade de um senso solidário universal.
Felizes aqueles que podem prescindir do norte racional e se enveredar cegamente pelos caminhos da fé; que podem mergulhar em trilhas dogmáticas sem a desconfiança, sem insegurança, sem se preocupar com sua instrumentalização para interesses nem um pouco nobres.
Felizes aqueles que encontram na superficialidade mundana a realização material e espiritual, corolários e combustíveis da pomposa máquina do mal que assola a sociedade contemporânea: o individualismo exacerbado.
Felizes aqueles que encontram a realização na supressão vital, na sanatória geral, ponto de convergência entre todos os seres humanos, o epílogo comum.
Felizes aqueles que não podem ser felizes e ainda sim buscam uma felicidade fictícia; buscam um estado aparente de felicidade.
Enfim, viva à felicidade e àqueles que possam alcançá-la, dentre os quais não me incluo.
Autoria: VitorHugo ( não o poeta, mas alguém brilhante tb, sensível, inteligente e meu amigo!)
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