quarta-feira, 27 de abril de 2022

Inexistência

Como dança de balé suspenso, sinto você orbitar em mim.

Na embolada do tempo você sussurra em meus ouvidos: 

- Estou cada vez mais perto. Tão perto.

Sinto seu calor, sua presença.

A energia se dissipa e duvido de tal crença.

Brado sua inexistência.

Que faço eu com tuas sensações?

A presença forte que me atravessa as emoções.

Debato-me entre chegue e parta.

Aquilo que me consome, afaga sem nome, quase me mata.

Puro desejo, instinto que pulsa, treme e logo acalma.

Como o carinho da sua mão na minha aflita alma.

Meu olhar busca desesperado.

O coração sussurra quase envergonhado:

- Te quero tanto entrelaçado.

Sinto sua risada, seu olhar.

A energia queima e a boca chega para silenciar.

Pisco confusa, meu cérebro está a pifar.

Teu gosto a um milésimo.

Brado sua inexistência.





Um comentário:

Ricardo Oliveira disse...

Parabéns!!! É possível acompanhar o sentimento, a vibração em cada palavra