Poderia lhe chamar de Eduardo, Rafael, ou o que bem lhe aprouvesse. Isso não importaria, pq estou me despedindo e vc saberia ao fim dessas linhas que somente endereço essas palavras a ti.
A quem dei um amor puro e com dificuldade vivi cada bom e mau momento. Resgatei esperança das gavetas trancafiadas do meu coração, achei desejos que julguei nem ter.
Meu querido revolucionário das emoções, vc soube arrancar, desmontar, despertar tantos pedaços desse meu eu conflituoso emocional. Por tantas coisas devo- lhe ser grata e jamais esquecerei cada batida desesperada de meu coração.
Mas nessa trajetória infante, a culpa, amiga de todo amante, fez grandes estragos. Cobrou caro cada entrega intempestuosa de afeto, suspiro ardente de desejo, ingênuo plano de felicidade.
Reflexões de possibilidade minaram o nosso campo que parecia florescer.
O adeus nunca é feito sem pesar, sem deixar as lágrimas secarem, com passos difíceis para um novo horizonte. Mas cada, nunca mais é precedido de uma escolha. Fizeste a sua e eu agora a minha. Alguém soltou a mão em algum momento, decidindo não ter tantos nós. Em silêncio, sem pressagiar que amar dói, mas desistir fere ainda mais.
Não desejo- lhe mais nenhum exame de consciência, isto apenas caberia se em meu coração sobrasse restos de esperança. Ser duro não significa ser altruísta, não lhe empodera de herói de coração alheio. Fechar os olhos não trará paz e sensação de dever cumprido. Mas como sempre fomos pautados no respeito, lhe permito justificar qualquer ato protetivo. Apenas não me interesso por nenhuma forma de falácia a esse respeito.
As mágoas guardarei no fundo da gaveta, mas sem saudosismo, espero.
Algumas histórias não precisam acontecer para serem críveis de força, se sustentam com o próprio sentimento. Mas quando morrem, nunca devem ser reacendidas, quando uma das partes foi ferida.
Amor ferido, rejeitado, meu querido, é ferida febril, como palavras de poema, como melodia favorita, que jamais abandona o peito.
Finalmente as portas do meu doce afeto foram trancadas, o furacão passou. Suspiro aliviada, pois depois da entrega vem a certeza de que tiveste o meu melhor.
Não existe amargura em minhas palavras, meu sorriso não sedimentou negatividade, a despedida é liberdade. Abro as asas novamente, calejada, mas sossegada que voar sozinha é o que melhor sei fazer. Certas caminhadas não podem ser feitas a dois, embora estradas se cruzem.
Adeus meu querido Marcus, talvez Alberto, ou quiçá Jorge, não importa seu nome, nossos dedos não seram tocados nesse adeus. Meu coração termina de bater por ti, vejo o horizonte.
Para cada fim, existe um recomeço. Mas para cada decisão não cabe ressentimento e sim força para afugentar as dúvidas. Não olhar para trás,somente seguir.
Sigamos nossas vidas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário