quarta-feira, 1 de junho de 2011

Delicadeza

Ás vezes acho que roubaram a minha delicadeza.
Que me soubrou apenas o primitivo.
A falta de encanto pela vida.
O olhar comum.
Me perdi em algum momento sutil do passado.
Relembrando ou vivendo, não sei.
Perdi o viço como uma folha que despenca da árvore.
E que ás vezes reluta em amadurecer e cai tardiamente.
Sei que é preciso caminhar.
Mas como é difícil tirar o pé do chão e transpassar.
Com esse meu silêncio indelicado no olhar.
Essa saliva pesada, densa, que teima em vir e vir.
E o coração que bate tão fundo que chega a tremer a carne.
É uma falta de delicadeza instrasponível.
Esse olhar cansado de ver um tudo e um nada sempre igual.
Que chora aconchego.
Que tenta se armar de sorrisos diários.
Que tenta dar a mão á vida.
Mesmo sem encanto, sendo indelicado confessando.

3 comentários:

Anônimo disse...

Um professor de cênicas aqui da federal,diz que nascemos belos diamantes lapidados,que vão embrutecendo com o tempo...acho que é bem por aí,o caos é tão grande dentro da gente e no nosso mundo que nos adaptamos a essa nova realidade que exige que sejamos práticos ao ponto de nos permitir ser embrutecidos,mas acho que olhar-se e reconhecer-se assim já é o início da mudança, é aí que vamos ser lapidados novamente,minha poeta favorita!

Anônimo disse...

Oi linda,tem meme pra vc no Breath of poetry! beijo!

Carol Freitas disse...

E a gente, de tanto tentar, um dia consegue.

lindo, Madame.

=)