terça-feira, 17 de maio de 2011

Brancura

Eu olho para a brancura do papel procurando, procurando.
Como se em minh´alma olhasse.
E vejo tantas coisas em meio ao nada.
Tantas partes de mim que queria de volta.
Anseio que a novidade faça a volta.
Existe pior dor que o desejo do passado?
Aquilo que causou e abusou.
Que simplesmente me passou.
No meio do branco meu coração a vagar.
Sem traumas, sem desespero.
Mas aflito somente.
E um olhar de estações.
Como quem espera cada flor não viver.
Como quem observa cada suspiro de mim.
Cada tilintar do som.
Sem arroubos, sem sorrisos.
Um presente existencial mas tão vago.
Preenchido de existência de si mesmo somente.
Loucura, seria a olhos alheios.
Mas quem é passível de tanta sanidade?
Quem vive sem prisões e angústias?
Medos e questionamentos em cápsulas e escapes.
Brancura és minh´alma e sonhos.
Vazios de presença e recheados de mim mesma.
Complexo seria me definir.
Inexplicável é viver.

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