Estou sofrendo um derramar de mim mesma.
Certificando parâmetros e medidas.
E revivendo estados e angústias perdidas.
Mas o sofrimento é oportuno e menos dolorido.
Como se desse momento eu tivesse simplesmente amortecido.
E cada pausa dessa fita um sorriso vem escapar.
São definiticamente cápsulas de felicidade.
Algumas que jogam-me luz e afastam a maldade.
Estou sofrendo um desmanchar de conceitos.
Talvez apenas manias de olhar, apenas jeitos.
Gessos que o costume dá num atar de mãos.
E o mundo não paralisa para te explicar não.
Sofre-se continuamente a cada migalha transformada em pó.
Como se ao teu peito desatasse um pequeno e significativo nó.
Estou sofrendo de um desejar não desejar.
Como se nesse titubear meu peito fosse parar.
Parar de doer e de simplesmente desejar.
Estou sofrendo de um mal docemente infantil.
Cruel dentro de um esboço maduro e nada sutil.
Vacilando entre o respirar do novo e o chorar das águas do passado.
E como eu queria que esse sofrimento ficasse calado.
Emudecer seus suspiros assim como paralisar minhas dores.
Perde-se cílios,esquece-se de fatos, mas nunca o gosto dos dissabores.
Estou sofrendo de mim mesma.
4 comentários:
No meio da leitura desse poema pensei no quanto me engrandeceu ter parado nesse blog.
Tudo vai passar. É assim que percebemos que a vida é feita de momentos, e esse é um.
Opa!
Decidiu aparecer!?
^^
Muito bom passar por aqui.
Até!
Não digo o estilo, mas as palavras, talvez.. me lembram muito Florbela.
com perdao da frase, e sem querer parecer sadica ou masoquista..
Que sofrimento lindo.
bom eh sofrer assim, se derramando em palavras lindas.
adorei, saudade, madame.
;*
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