sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Novo existir.

Quero andar sobre as pedras, sentir a maresia.
Ver a água lamber minhas pernas á revelia.
Quero sorrir expondo uma paz inebriante.
Ver os pássaros gozando da liberdade jamais tida.
Deixar os cílios beijarem a lágrima adormecida.
Quero dar a mão ao pensamento azul desse céu que me engole.
Corpo quer entregar-se mas escapole.
Pés fincados como o medo imbecil.
Eu mesma destilo o meu azedume vil.
Entrego o peito quente, pulsante, mas sangrando.
Deixo cortar, satisfaço-me com a dor.
Porque sempre volto inteira.
Quero somente seguir esse tal caminho.
Deixar pra trás o pior espinho.
Acalmar as batidas do que insiste em gritar na pele.
Dizer terminantemente que sou uma invenção de mim mesma.
Quero ver pé ante pé a segurança movendo meus dedos no chão.
Engolir vento sem um pingo de emoção.
Deixar a transparência da inércia sentimental me cobrir.
Porque é assim que quero existir.

7 comentários:

Henrique disse...

Ver os pássaros gozando da liberdade jamais tida.

Matrix?

Eu não sumi, só estou off. rs

beijos, obrigado pela visita

Thaís Duarte disse...

Deixo cortar, satisfaço-me com a dor.
Porque sempre volto inteira.
Quero somente seguir esse tal caminho.
Deixar pra trás o pior espinho."

CARACAAA, o que vc está esperando para lançar um livro? haha, eu seria a primeira a comprar! Você é absolutamente FANTÁSTIICA siiiiister, te amoooo =)

beijos!

___Maio___ disse...

Linda combinação!!!

___Maio___ disse...

Ahhh temos dois livros em comum neste ano...

ElderF. disse...

Gostei do seu texto, as vezes me faz crer que há algo que incomoda, as vezes que o que incomoda não e algo, é si mesmo. Resta tentar uma mudança, tentar um 'Novo Existir'.

Abraços raros para você.

Keidy Lee disse...

"Sou uma invenção de mim mesma".

Amei.

R. Avancini disse...

exista. se não der, desista. se não quiser resista. assim você existe [r]existente