quinta-feira, 2 de abril de 2009

Ciranda

Chorei em cada adeus.
Pedi vc encarecidamente á Deus.
Quis gravar na pele teu cheiro inebriador.
Guardar em minha boca seu beijo de calor.
Rolou a lágrima e a minha mão.
Tentava eu segurar á emoção.
Colar os cacos desse sentimental e destroçado coração.
Impossível agarrar o que descompassou.
Vc de fato me deixou.
Chorei repetidamente em cada fechar dos olhos teu.
Não há como separar sua parte do meu.
Guardei seus sorrisos, discos e vícios.
Tentativa inútil de manter em mim teus resquícios.
Desmanchou o enlaçado.
De fato tudo havia mudado.
Saiam daqui palavras de consolo.
Povo tolo!
Não me desprendo, nem me desprenderei.
Até o último suspiro sofrerei.
Comerei a dor até as entranhas.
Já me rendi as suas artimanhas.
Depois chorarei até a última gota evaporar.
Sentarei a observar e irei recomeçar.
Até de ti me afastar.

5 comentários:

Natália A. disse...

'Saiam daqui palavras de consolo.
Povo tolo!'

É, disse tudo. :)

Natália A. disse...

Madame!

Restringi o conteúdo do meu blog. Preciso do seu e-mail para convidá-la.

Mande-me um e-mail, por favor?
clementine.tangerine@hotmail.com

(é que já tá bloqueado, depois explicarei)

Romyna Lanza disse...

"Impossível agarrar o que descompassou". É o que tenho tentado fazer nos últimos dias, mas é tãããão díficil e tão doloroso. Beijos, Lalis!

Amanda Almeida. disse...

Adorei! Parece parte de nós, né? (Digo parte de nós no sentido de parte de cada um que lê esse texto)
Beijooooooooo

Henrique disse...

tem um negócio meio cabaré nesses seus poemas, é um vai e vem cheio de impassibilidade!

Mas e se ela não escreve? [...]
A empatia não cresce na cultura.

Beijos

Tô voltando...