Partir o supostamente impartível.
Realmente a geradora é insubstituível.
Partir a dor para suportar melhor a própria vivência.
E não consigo associar nada, nenhuma cadência.
Melodias e frases tocantes fugiram pelo canto dos meus olhos.
Juntaram-se as lágrimas e puseram-se a descer pelo canto do meu rosto.
Não me dou nem o trabalho de enxugar.
Melhor observar..
Cada uma.
Uma a uma se partir.
Sem se despedir (não houve tempo)
Assim sendo estou a me despir.
Porque esse partir é retirar inclusive o mais importante.
Como se partir (inclusive) fosse repetir aquele maldito instante.
Escolha imposta ao meu suportar.
Testada pelo Divino só me resta aguentar.
Ainda não defini pensamentos.
Me prendo a alguns tormentos.
Partindo pra absorver melhor.
Entender realmente o que tem de pior.
E respirar fundo pra engolir os dias.
Porque até o tempo vem e vai partir.
3 comentários:
A palavra engolir no final funciona como dispositivo para acionar a ação que foi alimentada pela secura da garganta. Seu poema me deixou de garganta seca... O tempo aqui no estágio quase virou espaço em movimento para o canto dos meus olhos...
"Partir"... parece que não deu tempo de falarmos tudo, de vivermos tudo, de conhecermos. Fica uma lacuna, um abismo. Estou sentindo isso nesse momento. E por mais que me falem a odiosa frase "o tempo cura tudo" sinto que tenho que valer meus sentimentos nesse instante e tenho que chorar todas as lágrimas agora, porque depois não fará mais sentido.
É uma dor sem fim...
Até mais...
Sentimentos revoltos angustiam o ser...
Que, na verdade, são re(s)-sentimentos. Emoções repetidas, não superadas, doídas. Teus versos bem expressam tudo isso, quando vc diz que se liberta, em uma seqüência de lágrimas que devem partir, por meio de uma chuva que desce em sua face, naturalmente. A conformidade é apenas aparente - alma se atormenta por dentro.
O ser se conturba frente às imposições da vida, do mundo e do destino... Este é um bom ser. Um forte ser.
Nada se pode fazer, senão, partir... pra outra. Pra outras... Seguir.
Te adoro, poeta.
Teus versos me lembram muito uma vida.
Bjos mil... e muita luz!
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