Não quero mais saber desse despetalar de mal-me-quer
Nem de medir qualquer bem-me-quer.
To coberta pelas linhas, palavras e frases.
Estão aqui em mim, a lamber todas as feridas.
Soprando em meus ouvidos canções preferidas.
Sorvendo o sofrimento (in)definido.
Que pode até não ter sentido, mas está quase embutido.
Não quero mais saber de ver só a flor arrancada
Nem medir quanto tempo ele vai viver sem estar plantada.
To aqui sentindo a terra, seu cheiro, seu viço, sua força.
Buscando raízes fortificantes.
Esperando a chuva revigorante.
Não quero mais saber do depois
Não sei lidar com o futuro, ora pois!
To querendo o brilho dos primeiros raios de sol
Como o peixe que espera a comida do anzol.
To como o escritor diante do cheiro do papel com sua brancura vazia
Esperando o gosto ansioso da inspiração, ainda que tardia.
Sorvendo suaves impressões.
Pulsando uma solidão de visões.
To (des)coberta de mim.
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