sexta-feira, 20 de julho de 2007
O que dar ao outro?
“Te dei saliva pra matar a sede
e suor pra lavar o amor,
Te dei o sangue q corre nas minhas veias
e lágrimas frias no calor.
Te dei flecha para atirar em mim
e um livro para rasgar as folhas.
Te dei um zíper de fechar e abrir
e a possibilidade de escolha.
Não diga que eu não te dei nada,
não diga que eu não te dei, nada.
Te dei uma moeda de pedra
Te dei um nome e os nomes estão perdidos
Te dei a pena da asa de um anjo,
e os meus sonhos preferidos.
Não diga que eu não te dei nada,
não diga que eu não te dei, nada.”
(Luiza Possi – Não diga que eu não te dei nada)
O que precisa se dar hoje em dia para um “alguém” ?
Além do próprio desejo e dedicação, pois amor recíproco tem uma penca de palavras arrastadas por essa brecha como respeito, admiração, consideração, liberdade, carinho, fidelidade, etc.
Será que não fornecemos (infelizmente) fichas para a própria exposição excessiva? Será que a intimidade cega pela paixão não nos coloca como peças vulneráveis na hora da possível separação? Mas se apaixonar é sinônimo de entrega e com certeza ela é involuntária. Mesmo que se lute em não se colocar frágil na “mão do outro” já está um ser rendido, “laçado”, quando se está apaixonado, e pior se gosta desse estado. Pertencer ao outro é algo quase sexual nos pensamentos.
A possibilidade de escolha no relacionamento é certa, o livre arbítrio de agir é como um alarme dentro da nossa consciência para decidir que direção se segue.
Se cede tantas vezes e se doa de corpo e alma quando é de verdade, se coloca em “carne viva” para o outro, dando inclusive as “flechas” para a futura ruptura, pois essa frase de é “pra sempre” viveram felizes é coisa de conto de carochinha. Até o “pra sempre” acaba. É triste crescer e perceber que amor tem data de validade.Ok, não vai mofar como um queijo, mas trás seus odores também quando vencido.
No começo tudo é cumplicidade e tem de ser assim pra ser sincero, pra ser de verdade e não soar como descartável e volúvel. Mas depois essa “compartilhação” vira excesso de zelo, e logo depois “pegação no pé”. Pra ir pro buraco é só piscar!
Mas peraí antes não era lindo? O que fez virar uma chatice? A falta de novidades no outro é fatal concordemos, mas o “mesmo” é sempre terrível e não só no amor mas na vida geral. Aquilo que vira cobrança fulmina o amor. Aquilo que era mágico vira a vida dos seus pais depois de 30 anos de casado ( e desculpe o casados com mais de 30 anos juntos mas não vem com essa de cenas de cinema que não cola!).
Aí o melhor é correr pras terapias de casais, livros de auto ajuda, conselho das amigas pra reacender a “chama”. E ninguém lembra que chama mesmo se apaga né? É bonito, mágino e perfeito enquanto dura! E como diz o mestre Vinícius que seja eterno enquanto dure!
O que se deve dar para o outro é tudo aquilo que você daria a você mesmo, é tão simples e tão complexo, mas é a verdade e a chave do sucesso.
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