Sentei- me para escrever - te uma carta.
Tuas malas estão feitas.
A cada linha de pensamento, uma história da nossa trajetória se desfaz e refaz.
Quantas palavras, passos e desejos perdidos nessas ruas estreitas.
Relembro suas promessas de tempos atrás.
Soltaram- se as linhas costuradas desse bordado do nosso caso.
Meus dedos firmes que vc largou ao descaso.
A covardia vestida e pintada de amor.
As punhaladas vieram marcando muita dor.
Te despejar já era a intenção.
Ninguém suporta tanta ingratidão.
Fiz- me de forte perante teu olhar.
Sorri sem vontade, conversei sem maldade, mas estava a desmoronar.
Quando fechar o envelope, não espero despedidas.
Tu não me destes nem a sinceridade tão pedida.
Depois da carta, sentimento jogado fora, aprenda a lição.
Hoje é o meu, amanhã, quem partirá será o teu coração.