Sempre que quero elogiar alguém penso
Coloco na balança e faço consenso.
Nem todos sabem receber
Uns preferem somente agradecer.
As rimas bobas de elogios me fazem pensar o porque de nunca elogiar quem tenho apreço. Porque sempre coloco mil imposições nesse momento. No exato instante em que as palavras estão na ponta da língua para voar na direção do meu afeto. Xamãs dizem que não devemos nos preocupar com o que acontece com as palavras na cabeça das pessoas. Não nos diz respeito o que elas fazem com elas.
Então porque eu preocupo-me como destino dos elogios? Com a caixa destino que vai lhe ser oferecida? Ainda se fossem ofensas, mas elogios! Privilégios, bem vestidos e pomposos.
Não quero que tenham a cadeira do esquecimento, de quem coloca lá caso “mais alguém chegue na festa” sabe? Não suporto a banalidade do “obrigado”, a seco, como quem agradece uma porta aberta, uma gentileza qualquer da vida.
Elogio que se tem notícia com vestimenta de agraciamento, merece lugar de atenção, de holofote, de sorriso aberto, de calor no coração.
Talvez eu pense tanto em seus lugares, lhes conceda tantas honras que jamais os faça na banalidade do dia a dia. Para escaparem pelos lábios, correrem como crianças peraltas e atravessarem o destino de afeto sem sequer fazer um respiro, sumindo das minhas vistas no horizonte.
Penso, repenso e por fim me calo.
Os elogios que lutem para escapar de mim, dos meus dentes travados, dos meus pensamentos carcereiros. Sigo com ouvidos vigilantes, porque os olhos maravilham-se corriqueiramente e querem os elogios para despejar como água corrente.
Sigamos em rimas bobas, diversão fácil, porque elogios tem muita seriedade e guerra para se tratar em mero texto.