Hoje não tem poesia somente texto.
A casa está vazia.
A poesia passa e escorre.
Como o meu choro cheio de motivos.
Habita as cenas das felicidades momentâneas.
Aquelas que julgo vida.
E nem sob prece eu volto.
Só vejo o silêncio.
Ora preenchedor suficiente.
Ora o corte que dói igual a morte.
Fico tateando a minha lucidez.
Até minha insanidade correu.
E eu onde estou?
Me prendi em algum galho de passado.
Sobraram restos de um eu tão estranho.
Quase pergunto onde eu fui pra ele.
E vive?pulsa?resiste?
De que substância estou abastecida?
As paredes nunca foram tão invisíveis.
Pessoas nunca foram tão iguais.
Caminha uma casca sem nome ou fundamento.
Maldito Saturno.
Beleza da idade, espinho de maturidade.
A casa está vazia.
Tudo e todos saíram sem despedidas.
Perdi o fôlego de mim na saída.
Gastei-me e nem brilho nos olhos restou.
Não posso recomeçar com o que sobrou.
Porque somente há texto.
Falta poesia.