É assim não têm jeito
no fundo do peito
bate calado
pesado e ás vezes frustrado.
Absorveu todos os orgãos.
Geralmente quebra a razão
fico assim meio sem ação.
É assim não têm jeito
sempre me dominou
me arruinou
dobrou e mastigou.
O que sobra
é a consequência dessa exacerbação
que me joga no chão
me faz odiá-lo como cão.
Se eu me entregar a frieza e ele arrancar?
será que consigo respirar?
Será que me livro desse maltratar?
O que poderia ser benção
é quase um fardo cansei de me lançar como um fardo.
Inspira versos
Mas na vida me destroça.
Detesto ser dominada assim
gosto da liberdade sem fim.
Não preciso desse enorme sentir
quando me dou conta já está a me invadir
sem perguntar enfia o pé na porta e vêm me possuir.
Geralmente quebra a razão
fico assim meio sem ação
despida de coragem, no chão.
Querendo procurar
qualquer motivo que venha justificar
alguma frase que me livre de algum culpar.
É assim
não têm jeito
ele tá lá
no fundo do meu peito.
(Eulália Marques)
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