Eu queria começar dizendo que adorei te conhecer mesmo antes de vc dizer oi.
Neguei isso mesmo com o coração disparando nos ouvidos.
Meu pensamento rodopia e bate na porta do juízo dizendo: diga apenas que deseja boas festas, simples, formal mas nem tanto, não dê margens.
Mas são nas margens que eu navego, aprofundo e toco o chão do meu fundo tão complexo.
Dou tantas voltas nessa piscina atlética quanto a velocidade do meu pensamento geminiano.
Queria dizer que a simples palavra “conexão” puxou o fio do novelo. E embora eu tente cortar, enrolar, jogar fora, permanece voando a ponta sob os meus olhos, pq os dedos se negaram a tocar.
Vou dizer alguma coisa pra vc? Provavelmente não. Sempre que eu sou eu o resultado é a ruína.
Eu queria dizer que “alguma coisa” também se perde e a vida é feita de escolhas, mas soaria tão óbvio e clichê quanto a tal conexão.
Não sei não ser eu, ainda estou tentando não me jogar, mesmo com os dois pés a beira da borda.
Colocar aquela frase que eu adoro e vem fazendo cada vez menos sentido, se tem vontade, faça; na lata do lixo.
Era pra te dizer que não estou esperando nenhuma linha de volta porque o novelo ainda está sob os meus dedos imaginários e a outra ponta sabe Deus se vc segurou.
Não é disputa, mas o movimento é importante.
Eu vou terminar não dizendo nada a vc. E nada tem a ver com merecimento.
Quando eu pensei em escrever, era pra ser leve, despretensioso…mas pode carregar um pedaço meu que eu não estou disposta a dar. Ainda.
Quando penso na palavra coragem, hj, penso em mim, respirando fundo, olhando nos olhos, sem as margens, sem os pés na borda, somente ali, existindo, sem preocupações com o tempo, as subjeções.
Por isso o eu atual sequer vai dizer boas festas. Com todas as margens saltando no meu cérebro, os pés loucos na borda.
Sinto muito.
Boas Festas não ditas.