Pastas, gavetas, entrâncias e reentrâncias.
Sou um preenchimento de vivências e sentimentos.
Sentimentos esses que são tão pesados e fortes como orgãos.
Respiram, pronunciam frases, ensaiam passos.
Dar conta desse peso sempre foi assim.
Carregar esse eu estufado, abarrotado.
Sem mãos para dividir, sem calculadoras para somar.
Mas sem nunca zerar a caminhada da vida.
No fim das contas, eu dou conta de me carregar.
Suportar as variações da minha lua e do meu sol.
Alinhando meu planetas, no mapa da minha vida.
Gosto de sentir esse edifício sob as plantas dos pés.
Respirar fundo, suor escorrer para ganhar fôlego.
Superar cada tropeço com ou sem sorriso.
Dar conta é isso.