Que eu faço de mim?
Das minhas dores sem fim.
Dos meus silêncios apavorados.
Que eu faço?
Como fazer toda loucura e seus gritos cessarem?
Como estancar minhas lágrimas intermináveis?
Que faço eu?
Como digo pra mim mesma tanta coisa?
Palavras de um consolar de mãe.
Abraços de um afeto que invade a alma.
Como sossego esse peito que é teimoso?
(...)
Sensação de desperdício latente rasga meu coração.
Parece que joguei tudo ao vento.
Que só resta toda inútil lamento.
Que faço eu de mim?
Quem irá me olhar com olhos de mil palavras?
Quem vai me dar a mão e aquecer meu desassossego?
Quem vai simplesmente dizer : estou aqui.
Que faço com esse nó?
Esse jeito babaca de sofrer.
De ter muito a dizer sem saber.
(...)
Que eu faço com tantas eteceteras?
Com esse jeito que incomoda e afaga.
Que faço eu com tanto de mim?
Um tanto que é tão farto de dor quanto de amor.
Um quinhão tão repleto de filosofia de mim mesma.
Que teima em doer sozinho.
Diria até abandonado,com frio, com fome, fragilizado.
Que faço me diga!?