quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Jogo

E nesse jogo o vazio preenche.
Caminho assim sem buscar, mas a querer.
Ata-me ao seu ter.
Sim, sufoca o meu desasossego.
Preciso desse apego.
Dói o que escorre pelas mãos.
Teu rosto,teus beijos,meu coração.
E nesse jogo não arrisco-me.
Mas sempre perco.
Apostas incertas, amores certos.
Arroubos passionais traem-me.
E no fim as emoções esvaem-se.
Sobram fichas,lembranças,saudades.
E pulsantes no peito as vontades.
Caminho assim a me culpar, mas a querer.
Ata-me ao seu viver.
Sim, descanse meu olhar.
Preciso desse acreditar.
Dói o que resta.
Então prometo não mais jogar.
Jogarei ao ar.
Fichas,momentos,coração, todo e qualquer encantar.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Simplesmente eu

E no fim da respiração ofegante...eu.
Simplesmente eu.
Depois de te engolir expectativamente eu posso cuspir a verdade.
E de vc nada me invade.
A ilusão foi vencida pela vida.
E no fim vc vê o teu recomeçar.
Mas a minha rosa no chão está.
E o mais real que posso apontar é ausência de lamentar.
Meu amor não estais a carregar.
Acabou o peso, a dor, a angústia e o despedaçar.
E junto com eles foi o meu desmanchar.
E no fim da respiração funda e aliviada...eu.
Simplesmente eu.
Aquela que te deu o mais forte e tenaz desejo.
Que mesmo com medo quis teu beijo.
Agora que esvaziei o peito vc veio ficar.
E de mim quer apaixonar.
Depois de te olhar vejo a estagnação.
E mesmo com teu esforço meu corpo não sente emoção.
É no fim da respiração existe eu.
Simplesmente eu.
Que precisa tombar, chorar, cair, mas sempre levantar.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

No ouvido.

As 5 mais ouvidas do meu momento.
1.Courage- The Whitest Boy Alive
2.Hod in your arms - Pixie Lott
3.Nave - The Kooks
4.Mrs Cold - Kings of Convenience
5.Let it be me - Ray Lamontagne

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Boa sorte, Adeus.

Boa sorte,Adeus.
Vai valer a pena sair e não te olhar.
Fechar os olhos e simplesmente desaguar.
Desaguar vc dos pêlos.
Respirar, tentar seguir, passar a mão nos cabelos.
Alisar como se o próprio auto-carinho resolvesse.
Como se na morte realmente renascesse.
Boa sorte,Adeus.
Não te amo, aliás não sabemos o que é amar.
Só sabemos sentir o apaixonar.
O exagerado e desmedido derramar.
Vai valer a pena lamber as consequências do desejo?
Como o gosto do último beijo.
Quer-se mais e mais e nunca como fio de fim.
Vc quase chegou até mim.
Mas tua materialidade estúpida estragou.
Boa sorte,Adeus.
Acreditar não foi um errar alarmante.
E sim o meu desejar teu peito alucinante.
Teus olhos, tua boca, teu respirar.
Ah que loucura é o meu pensar!
Adeus.
Despeço-me dos olhos teus.
Como se o beijo trouxesse o breu.
Boa sorte.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Novo existir.

Quero andar sobre as pedras, sentir a maresia.
Ver a água lamber minhas pernas á revelia.
Quero sorrir expondo uma paz inebriante.
Ver os pássaros gozando da liberdade jamais tida.
Deixar os cílios beijarem a lágrima adormecida.
Quero dar a mão ao pensamento azul desse céu que me engole.
Corpo quer entregar-se mas escapole.
Pés fincados como o medo imbecil.
Eu mesma destilo o meu azedume vil.
Entrego o peito quente, pulsante, mas sangrando.
Deixo cortar, satisfaço-me com a dor.
Porque sempre volto inteira.
Quero somente seguir esse tal caminho.
Deixar pra trás o pior espinho.
Acalmar as batidas do que insiste em gritar na pele.
Dizer terminantemente que sou uma invenção de mim mesma.
Quero ver pé ante pé a segurança movendo meus dedos no chão.
Engolir vento sem um pingo de emoção.
Deixar a transparência da inércia sentimental me cobrir.
Porque é assim que quero existir.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Doente

Queria escrever algo que te tocasse.
Ou me afogasse.
O derramado da inspiração não me alcança.
Nem mesmo o teu desejo por mim dança.
Queria as frases de Chico no teu olhar.
A me desconstruir, alucinar, mas sem matar.
Queria palavras delirantes agrupando-se em combinações.
Simetria de abalo nas mãos.
Queria me perder nas rimas como antigamente.
Mas vc secou a libido ortográfica da minha mente.
Me sinto doente!
Sentindo febre de falta poética.