quinta-feira, 31 de julho de 2008

O que me interessa

O salto do meu pensamento.
A segurança de um abraço.
Cenas em miragem.
Sobras do passado.
Ensinamentos construtivos de um ser.
Simplesmente o que me interessa.
Pressentimentos remexidos.
Sossego na solidão.
Fé pura e simples.
Crenças em desconstrução.
Alcance de palavras ditas.
Simplesmente o me interessa.
Virada posterior ao caos morte.
Fórmula da feliz cidade.
Paixão arrebatadora.
Instantes (in)tranqüilos. Simplesmente o que me interessa.
Sonoros timbres inebriantes
Líquido pela garganta.
Respiração quente.
Arroubos do desejo.
Beijos de entrega.
Simplesmente o que me interessa.
Café em doses generosas.
Pitadas de doce e azedo (ás vezes0.
Lambidas da cachorra.
Sorrisos espontâneos.
Algodão, linha e microfibra.
Branco, Preto e Lilás.
Simplesmente o me interessa.
Bossa nova, Jazz e Lounge.
Poesias, Crônicas e Dicionário.
Estrelas, Corações e Libélulas.
Marilyn Monroe
Me interessa o simples.
Independente do que é, basta estar.
Comigo.
Simples.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Corpo analisado

Fragrância doce pelo ar.
Faço perguntas mas a boca está a calar.
Olhos marejantes de dor, mas cobertos de esperança.
Será que é o braço duro e seguro da mudança?
Respirar buscando ser embalada.
Aconchego e proteção.
Encapar com flores e aromas meu coração.
Sentir que existe beleza nas coisas além da própria paisagem.
Não se embrutecer com os espinhos da "viagem".
Enxergar a grandeza e plenitude do sentido de viver.
Amor num laço profundo, sem nunca se desfazer.

domingo, 27 de julho de 2008

Mudanças, acreditar e superar

Superar aquilo que nunca se imaginou passar.
Acreditar naquilo que achava impossível de te dominar.
Surpreeder-se com fatos.
Concretudes com força mutantes.
Somente atos (para alguns)
Buscar inimagináveis crenças até então de teorias somente.
Parar de sofrer com pequenas, ranger de dente.
Abrir os olhos pra um novo acontecer.
Julgar perfeitamente possível, se enternecer.
Não perder a delicadeza.
Superar seus próprios conceitos.
Desestruturar antigos jeitos.
Reavaliar posições ultrapassadas.
Acreditar em mudanças inesperadas.
Quero sempre as positivas nas minhas andanças.
Mas se as negativas forem inevitáveis.
Que no mínimo possam ser aceitáveis.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Partir

Partir o supostamente impartível.
Realmente a geradora é insubstituível.
Partir a dor para suportar melhor a própria vivência.
E não consigo associar nada, nenhuma cadência.
Melodias e frases tocantes fugiram pelo canto dos meus olhos.
Juntaram-se as lágrimas e puseram-se a descer pelo canto do meu rosto.
Não me dou nem o trabalho de enxugar.
Melhor observar..
Cada uma.
Uma a uma se partir.
Sem se despedir (não houve tempo)
Assim sendo estou a me despir.
Porque esse partir é retirar inclusive o mais importante.
Como se partir (inclusive) fosse repetir aquele maldito instante.
Escolha imposta ao meu suportar.
Testada pelo Divino só me resta aguentar.
Ainda não defini pensamentos.
Me prendo a alguns tormentos.
Partindo pra absorver melhor.
Entender realmente o que tem de pior.
E respirar fundo pra engolir os dias.
Porque até o tempo vem e vai partir.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Passos

Cada passo destinado a um horizonte desconhecido é como caminhar sem destino.
A mudança exercida sobre meus trilhos é arroubo repentino.
Sem escolha e sem felicidade tento aprumar meu destino.
Acreditando no inacreditável.
Suportando o inevitável.
Passos de um futuro ditado alheiamente promissor.
Coração triste, abatido, ferido, e suportando muita dor.
Pés que se julgavam firmes.
Hj se vêem como raízes.
Desesperados tentando sorver energia e força da mãe terra.
Pés comandantes de uma nova direção onde no passado só via guerra.
Novo olhar desabroxando sobre tantos escombros.
E um grande peso carrego infelizmente em meus ombros.
Dor inebriante de uma vida que escapou diante de mim.
Suplício que digo interiormente que um dia terá fim.
Sobraram cacos, onde juntarei aos farelos vividos dentro de um cantinho.
Respirar um novo começo que será contruído passo a passo, como um ninho.
Meus pés...
Passos que trilho pedindo ao superior que livre-me do revés.
Porque a dor é inevitável.
Mas a colheita é divina dos atos plantados nesse momento tão instável.

sábado, 19 de julho de 2008

Suportar

Suportar...
Suportar-te é falácia de questionamento alheio.
Conviver com suas sandices é o que não creio (mais).
Domar-te vc a todo momento é como fugir de muitos punhais.
Seria eu um alvo do acaso?
Imprevisíveis que me entontecem,mas não embasso.
Fatalidade dormente.
Com certeza "isso" acontece com todas as pessoas que se dizem gente.
Suportar-te (palavras e imagens) como se bebesse o próprio sangue.
Suportar...
É um importar suburbano de mim mesma.
Aguentar um suspiro abafado da própria existência.
E como conectar os cabos da resistência????
Suportar-te minha algoz.
Olhar-te esvaziada de sentimentos como quem se despe na multidão.
E pra que impregnar-te de solidão?
Infectou minhas células, meu fatos, meu subconsciente.
Suportar...
Suportar-te virou um documento com digital de sangue.
Virei também número, estatística nesse infernal mangue.
Suportar-te pra um dia fazer alguém me suportar.
Pra um futuro ver alguém usar de minhas palavras pra também suportar.

Novo horizonte

Soprou-me a vida pelos ouvidos a dentro de tímpanos.
Senti um leve suavizar adentrando.
Mas pulsos de dor ainda vinham me consumir.
Como sentir arroubos de paz com tanta agonia no sangue?
Soprar a dor nunca adianta...é como empurrar e voltar labaredas.
Paredes desmontando.
Cacos e destroços a ruir por todo lado.
E muita vida soprando pelos tímpanos.
Estática foi embora e vai demorar a voltar.
Pulsos de dor sacodem minhas carnes.
Sangue contaminado corre forte e desesperadamente solícito de equilíbrio.
Como manter pés aterrados com tanta agonia no sangue?
Muitos flash´s muitas perturbações.
Vento tranquilizador.
Estancando e recolhendo feridas abertas.
Pelo chão atadurras, farrapos e a minha vivacidade.
Aprendendo a andar pelo meio fio novamente.
Batidas compassadas de dor riscam minhas carnes.
É o novo horizonte.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

"Essa" dor

A dor é indecepável.
sentir "essa" dor é humanamente intragável.
Um cigarro seria menos sufocante.
Que momento indecifrável pra moça, mulher e pessoa.
E seu som é o que no momento me entoa.
Nada a se fazer pois é independente de querer.
Melhor seria cortar um braço, um dedo, ou o próprio coração.
Sangraria menos e sem sufocação.
Dor maldita e imprescritível.
Agulha-me assim de um modo imperceptível.
Costante e intermitentemente exagerada.
Ora assim de um jeito, ora assando tudo na brasa.
Dor decepante e traiçoeira.
Aperta-me de um jeito, sem brincadeira.
Se o tempo vai levar suas cinzas só as frações vão dizer.
Momentos enfileirados pra se passar.
Apertados ou folgados.
Amargados e calados.
Mas certamente bravamente enfrentados.
Porque a dor é decepante.
Mas um dia vai espetar menos, mesmo que um só instante.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Corra ou Morra

Não posso olhar muito à frente.
Só alcanço o presente.
Fatio o meu coração.
Mas só por uma boa paixão.
Se não puder me oferecer emoção.
Corra.
Ou morra.
E atingir é muito fácil.
Permanecer o ritmo é o difícil.
Se não puder me oferecer batidas cardíacas intermitentes.
Corra.
Ou morra.
Nem tentes.
Só alcanço o presente.
Mas chego perto, pertinho bem rente.
Faço diferente.
Mas só por uma boa paixão.
Aquela que realmente me deixa sem noção.
Se não for assim.
Corra.
Ou morra.
Mas não venhas até mim.
De morno quero nada.
Prefiro extremos, mas fico calada.
Palavras me representam nessa estrada.
Posso ser igual às frases.
Mas diferentes em muitas fases.
Se não pode oferecer papel ou espaço pras minhas escritas.
Corra.
Ou morra.
Mas pense bem, reflitas.
Do futuro invejo quem o detém.
Eu só olho, faço até desdém.
Pois só alcanço o presente.
E só provo aquilo que me deixa assim fora do taxado gente.
Mas o animal não é pra todo mundo, nem tente.
Se não pode oferecer o braço forte, e garras tentadoras.
Corra.
Ou morra.
Detesto falta de força e postura.
Me dão gastura.
Não posso olhar muito à frente.
Estou presa ali, ao meu jeito meio displicente.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Urbanóides

Buzina e passos de salto alto.
Sol rachando os miolos.
Urbanóides.
Alternando-se verde e vermelho.
Amontoados de faróis, espelho.
Estresses e celulares.
Crescentes construções, espetaculares.
Urbanóides.
Lojas de luxo e propagandas enlatadas.
Outdoors que te deixam ofuscada.
Paro, preciso respirar.
Mas aonde se tudo é cinza nesse ar??
Empurra-empurra, pra que lado vou nessa desvaria?
Exército apressado me levaria.
Seguindo pra não me desencontrar.
E quando se cala, dá pra bastar?
Escuros escondem sorrateiros.
E claro, além dos canteiros.
No beco, no morro e no chão.
Pedras, pó e ínfima multidão.
Urbanóides.
Montadas e conceituadas.
Como fotos de polaroides.
Tecnologia pra estuprar.
Ou vc pega ou ela vai te ocupar.
Trocado por uma máquina, só pra te consolar.
Ser mão-de-obra é só pra enfeitar (ludibriar)
Enriquecer políticos com fé.
Novo modelito é o que todo mundo quer.
Urbanóides.
Pena, compaixão e descartáveis.
Sentimentos é que são pouco prováveis.
Rotular pessoas em vez de comida.
Como som, curte a batida?
Exploração alheia e futura.
Mas raciocinar pra que a essa altura.
Aperta um botão pra mudar.
Pensar pra quê? Melhor nem ligar.
Mundo novo, quer comprar?

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Páginas

Abri o livro e rasguei as páginas velhas e amareladas.
Pela janela a ventar voaram caladas.
Sem se despedir nem sorrir.
Nem um grito de socorro pude ouvir.
Voaram libertas e displicentes de sentimentos.
Perguntei antes de saírem: e os nossos momentos?
A resposta não veio, pois voavam sem freios.
E com certo arrependimento pensei: perdi meus esteios!
Quem desejava gritar era eu.
O vento balançava meus cabelos, mas só existia um grande breu.
Era o arrependimento que vinha na minha direção.
Sacudindo meus dedos, buscando motivar a intenção.
E longe meus olhos avistavam as páginas de um pedaço meu.
Letras voando presas ao amarelar de um papel.
Tempo inútil de medir agora que o limite é o céu.
Se fecho meus olhos perco o último adeus.
E lá se foram, escritos e pedaços intrínsecos de um dos meus eus.
Fecho o livro mas não a janela, ainda preciso com o vento respirar.
Quem sabe elas sentem saudades e ponham-se a voltar.

terça-feira, 1 de julho de 2008

1992

Carta de 1992 na mesa de vime.
Trago um cigarro fundo.
Envelope amarelado.
Mesa firme, e mãos num traçado.
Permaneço calado.
Mais uma fumaçada.
Melhor um trago quente.
Abafar, deixar dormente.
Sentir é viver ao quadrado.
Prefiro continuar calado.
Palavras fazem-me mal.
Como pôr nas terríveis feridas, um punhado de sal.
Carta de 1992.
Sim, um tempo de nós dois.
Nunca suportei feijão com arroz.
Sou esquerdista e deixo tudo pra depois.
Mesa de vime.
E de sentimentos só se oprime.
Prefiro ser imoral, impassível.
Papel terrível.
Ano de 92.
Passar pro túmulo o que não passou, e depois?
Enterrar.
Como pode ainda me machucar?
Prometi a minha pedra não estimular.
Traição do músculo.
Emoção de um pobre diabo, pulo.
Cerrar.
Pulsos,dentes,lágrimas,neurônios.
Malditos demônios!
Ei de me livrar!
Meros papéis de um simples passar.
Amasso e taco fora.
Trancafio minha caixa de pandora.
Males são integrantes.
Amarelos escriturais de um passado não passante.
Noventa e dois.
Vivo o agora foda-se o depois.
E o comum e inseparável feijão com arroz!
Acendo o isqueiro.
Vejo algumas letras sorrateiro.
Tentação diabólica!
Lembrança de uma paisagem bucólica.
Fogo destruidor!
Queima o noventa e dois!
Juro, nem teve amor.
Nem sei porque resta a dor.
Fecha-se o gás.
Pensamento domina, leva e traz.
Mais um trago.
Respiro, sinto-me meio gago.
Melhor continuar calado.
E pras paredes o anunciado.
Fim de um noventa e dois.
Só um ano, ora pois!
Lágrima insistente.
Fogo do isqueiro insistente.
Amarelando.
Queimando!
Palavras não ditas decepando.
Arrependimento.
Peito em sofrimento!
Pára. Mais um copo cheio.
Cinzas e frases no meio.
Ainda dá pra impedir.
A quem quero permitir?
A mim?
Ou ao noventa e dois ruim?
Fogo em cima!
É o fim da ruína.
Trago, fumaça e cinzas.
Melhor sair e me perder nas esquinas.